Mote: Do Caneca não dá muito pra falar Que o homem mudou muito a
história.
Companheiro agora vou falar
A história de um cara que era frei
Eu não sei se o dado era gay
Assim mesmo a história vou contar
Foi um nascido das bandas de cá
Era filho de Domingos e
Francisca
Para alguns era apenas boa
bisca
Que comia cuscuz e mungunzá
Do Caneca não dá muito pra falar
Que o homem mudou muito a história
Do Caneca não dá muito pra
falar
Que o homem mudou muito a
história.
Ei-los soldados de arcabuz,
que por decreto — lei de pedras
Cumprir de sua sentença à luz do Forte:
Joaquim, Frei Caneca. Às Cinco Pontas
(como estrela) do sol confederado
ao norte Saciá-lo, por fim, à bala.
De lições ao morto e seus
pares. Feito não-homem;
com palavra riscada de brancura
fria.
Figura estática, serena em sua
justa caligrafia.
Do Caneca não dá muito pra falar
Que o homem mudou muito a
história.
Frei Joaquim do Amor Divino
Caneca
Liberdade do amor divino O amor da graça
Quantos tiros de graça Não menos
que faltar-lhe
ar Forte das cinco pontas:
Pai, Filho, Espírito, Santo, Amém!
Até a última lembrança Um garoto,
caneca, esperança Quando ser
forte ser fraco
Quando ser fraco ser forte
Liberdade do amor divino
O amor da graça Tantos tiros de graça...
Desgraça, desgraça, desgraça!
Do Caneca não dá muito pra
falar
Que o homem mudou muito a história.
Certa vez o poeta disse em si
Que dos homens recebeu só tirania
Seu martírio foi muita agonia
Se cansou de lutar a luta vã
Ele quase se casa com Iansã
Que é pra ver se a coisa muda enfim
E o que se segue é o seu relato
Falando
como foi seu fim...
Do Caneca não dá muito pra falar
Que o homem mudou muito a história.
E não sei quantos tiros tomados Um ou dois
foram suficientes Para ver a cegueira dessa gente
É que em vida muito fui sensato Em dar sangue
por vida e morrer E em meus
últimos segundos
sinto A sensação de que me foi
preciso Partir
para realmente viver.
Do Caneca não dá muito pra falar
Que o homem mudou muito a
história.
Oh, Frei do divino amor
Mesmo exilado não foste derrotado
Regaste um Pernambuco sem
brilho
Colocando teu coração para uma eternidade
Teu legado, teus filhos não podem esquecer Sensações,
alma e essência para viver
Mais toda tua paixão nunca há de morrer
Se tua alma voltar a nascer
Frei de Décima,
Marília e Pátria Não posso contar
meus males Apenas observar
os ventos Que darão cor a um filho renegado
Do Caneca não dá muito pra falar
Que o homem mudou muito a história.
E eis que o Frei do Divino Amor
Desperta o ódio de uma elite tirana
Por dar à pátria seu devido valor
Por trazer luz à sociedade pernambucana
De fato as grades de sua prisão
Tiram-lhe um pouco da liberdade
Mas não detêm sua convicção
Tampouco seu caráter e integridade
E o Frei do Amor Divino seu
caminho
segue Pois diante do cortejo deve continuar
Porém quem à forca está sendo
entregue?
Um conspirador cruel ou um
santo mártir
a caminhar? Ventos, ó ventos da mudança
Será tu capaz de mudar esta
triste história?
Podes deter essa procissão que avança
E nesta batalha dar ao frei a vitória?
Pois de Caneca não dá muito pra falar
Que o homem mudou muito a
história.
(c.p.b.p.jr: / Gabriela /
Ítalo
/ Mac / Maely / Ruan /
Wander)
Obs: Diferente das
parcerias postadas aqui como "gororobas literárias":http://salveopoetasalve.blogspot.com.br/search?q=GOROROBA+LITERARIA
(porresias
feitas em mesa de bar / lúdicas escritas descompromissadas)
este Latifúndio porrético fora algo compromissado no quesito de um
trabalho realizado para a disciplina de literatura pernambucana-UFPE.
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